Número de jovens ativos no mercado de trabalho ainda não recuperou o patamar pré-pandemia, informa CIEE

 




 

Foto: Carlos Trinca/EPTV

A informalidade é uma preocupação alarmante, com cerca de 45% dos jovens empregados em 2024 trabalhando de forma informal, especialmente em setores como agricultura e construção civil


 

A participação de jovens no mercado de trabalho ainda não retornou aos níveis pré-pandemia, conforme um levantamento inédito do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Apresentado no evento Empregabilidade Jovem, promovido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em São Paulo, o estudo revelou que os jovens de 14 a 24 anos continuam enfrentando as consequências da pandemia, com desafios como baixa escolaridade, alta informalidade e preconceitos relacionados a raça e gênero. A taxa de participação desses jovens caiu de 52,7% em 2019 para 50,5% no primeiro trimestre deste ano.

 

O levantamento destacou que, embora tenha havido uma leve recuperação em alguns estados, os índices ainda não voltaram aos níveis pré-pandêmicos, com grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro apresentando um recuo significativo. Rodrigo Dib, superintendente Institucional e de Inovação do CIEE, enfatizou a necessidade de políticas inclusivas e educação de qualidade para garantir oportunidades justas para os jovens brasileiros. Ele destacou que as empresas devem ver os estagiários como investimentos no desenvolvimento de futuros profissionais.

 

João Victor Motta, diretor do Departamento de Políticas de Trabalho para a Juventude do MTE, ressaltou que esses jovens, sendo os mais vulneráveis no mercado de trabalho, precisam de proteção adicional. A informalidade, aliada à baixa escolaridade, limita ainda mais as oportunidades de crescimento profissional.

 

No Nordeste do Brasil, o problema da baixa escolaridade e da alta informalidade é particularmente agudo. A região enfrenta desafios estruturais profundos que afetam a empregabilidade dos jovens. Com um elevado número de jovens sem concluir o ensino médio e muitos ocupando posições de baixa especialização técnica, a situação demanda intervenções urgentes. Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, sugeriu a criação de políticas eficazes que não apenas formalizem os vínculos empregatícios, mas também garantam o desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens, preparando-os para uma economia cada vez mais tecnológica.

 

O levantamento também revelou que o Brasil conta com 4,6 milhões de jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram trabalho, sendo a maioria mulheres e negros. Isso aponta para a necessidade de uma abordagem mais holística na criação de políticas públicas. A aprendizagem e os programas de estágio têm crescido, mas ainda são insuficientes frente à demanda. João Victor Motta sublinhou a importância de transformar esses esforços em uma estratégia integrada que atenda a múltiplas necessidades públicas, combinando educação, renda e assistência social.

 

Por fim, Rodrigo Dib enfatizou a necessidade de um trabalho conjunto para enfrentar esses desafios. Ele destacou que o levantamento demonstra a urgência de unir setores e organizações para criar uma estratégia coesa e abrangente que possa efetivamente alcançar e beneficiar os jovens em todo o país. A colaboração entre governos, empresas e organizações da sociedade civil é fundamental para melhorar a empregabilidade dos jovens e assegurar que eles tenham um futuro promissor no mercado de trabalho.

 

Fonte: Exame


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