Desemprego no Brasil: como está a situação do país e, em particular, do nordeste brasileiro?

 





Foto: Ivair Vieira Jr/G1


Embora a legislação trabalhista seja uniforme em todo o Brasil e não existam barreiras linguísticas, há grandes disparidades nas taxas de desemprego entre os estados.



O desemprego no Brasil tem mostrado uma tendência de queda nos primeiros meses de 2024, conforme capturado pela Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) do IBGE. A taxa de desemprego nacional recuou de 7,9% em dezembro de 2023 para 7,2% em abril de 2024, comparada a 8,1% no mesmo mês do ano anterior. No Nordeste, essa redução também é notável, com a taxa caindo de 11,6% no primeiro trimestre de 2023 para 10,5% no primeiro trimestre de 2024. Entre os estados nordestinos, o Rio Grande do Norte apresentou a maior queda, de 2,3 pontos percentuais, enquanto a Bahia teve a menor redução, de apenas 0,4 pontos percentuais.


A queda no desemprego foi observada em todas as regiões do país, com exceção de Rondônia e Santa Catarina, onde as taxas já eram extremamente baixas. No primeiro trimestre de 2024, as menores taxas foram registradas no Mato Grosso e Rondônia, ambos com 3,4%. Em contraste, as taxas mais altas foram encontradas na Bahia (13,3%) e em Pernambuco (12,0%). No Nordeste, os estados com as menores taxas de desemprego foram o Maranhão (7,7%) e o Ceará (8,5%).


A distância geográfica e as diferentes condições econômicas locais contribuem para essa variação. Por exemplo, estados vizinhos como Pernambuco e Ceará, ou Rio de Janeiro e São Paulo, apresentam diferenças significativas em suas taxas de desemprego, refletindo as diversidades econômicas e estruturais de cada região.


Um estudo acadêmico recente, "Cities as Engines of Opportunities: Evidence from Brazil" (NBER WP 32426), oferece insights sobre essas disparidades. O estudo revela que cidades no Norte e Nordeste oferecem menos oportunidades de ascensão para trabalhadores em comparação com municípios do Sul e Sudeste. Isso se deve, em parte, à menor complexidade econômica e à maior dependência do setor público nas regiões Norte e Nordeste. 


Para reduzir essas diferenças, políticas públicas que promovam maior complexidade econômica e incentivem o setor privado podem criar ambientes mais favoráveis para a força de trabalho local, aumentando as oportunidades de emprego e ascensão profissional.


Fonte: Diário do Nordeste


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