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O modelo já é tendência e faz parte da realidade de vários países, mas o Brasil parecia estar distante deste cenário. Com os modelos híbrido e home-office mais em alta, será que podemos sonhar em uma jornada menor e com mais dias no fim de semana?
Imagine seu trabalho, as horas que exerce atividade, a semana, a correria, o trânsito, a mobilidade e tudo isso durante uma rotina 5x2 ou até 6x1. Cansativo, certo? Agora pense em uma jornada, a qual você trabalhe quatro dias na semana e tenha três dias de fim de semana. É um sonho para qualquer pessoa. Três dias de descanso parecem um sonho distante, quase impossível, e que chamamos de utopia.
A partir de uma pesquisa feita pela organização 4 Day Week Global, esta instituição fez teste com 60 empresas no Reino Unido e quase três mil funcionários em que, durante seis meses e sem redução de salário, todos os funcionários trabalharam apenas quatro dias por semana.
Com essa rotina, por um semestre, o resultado foi o seguinte:
redução de 71% de queixas de burnout, além de um pequeno ganho na produtividade
das atividades. É válido ressaltar que o burnout ganhou força durante os períodos
mais restritivos da pandemia, resultando em um distúrbio emocional com sintomas
de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico.
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Jornada de trabalho 4×3 no Brasil: sonhar mais um sonho impossível?
Por aqui, são muitas as empresas que resistem à nova tendência. A Consolidação das Leis do Trabalho, ou simplesmente CLT, nos diz que a jornada máxima de um trabalhador é de 8 horas diárias e 44 horas semanais. Portanto, é válido ressaltar que tal prática, de uma jornada 4x3, não está vedada de forma alguma. Por lei, não pode reduzir o salário, mesmo trabalhando um dia a menos.
No entanto, a medida pode ter alguns fortes entraves antes de ser implementada no Brasil, como a questão da gestão e da produtividade do trabalhador brasileiro. Tais fatores podem pesar para que a semana de trabalho possa ser encurtada.
É curioso parar para pensar que, em março 2020, a Zee.Dog anunciou esse modelo de jornada no Brasil. A empresa de produtos pet fez essa "adoção" para aumentar a qualidade de vida e a produtividade dos funcionários aqui e em outros dois locais. Visto que o modelo deu certo, três anos depois, deveria ser a pioneira para outras instituições, mas a moda “não pegou”.
Pensemos, agora, em um tópico delicado e sensível: saúde mental. Como citado acima, vivemos um pandemia, somos sobreviventes e estamos cheios de calos; nem o psicológico foi salvo. Talvez tenha sido o mais afetado nesse tempo.
Trabalhar presencial, com risco de exposição ao vírus, ter contato com pessoas em transportes públicos, em supermercados, hospitais, bancos, ou até no próprio trabalho, e além disso, ter que exercer sua atividade e cuidar dos trâmites laborais. Muitas pessoas desenvolveram ansiedade, altos picos de estresse, pânico e até agravaram burnout nesse meio tempo.
É ideal que as empresas comecem a olhar e escutar quais são as dificuldades dos seus funcionários, pois a comunicação é a melhor forma de auxiliar os seus colaboradores, devendo ser até um de seus valores. Criar um ambiente de abertura e comunicação também é assegurar um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.